segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Montagem

Montagem
A montagem é uma actividade de pós-produção em que o realizador tem um papel activo na escolha das imagens que vão proporcionar o corpo ao filme. Torna-se uma actividade bastante importância pois trata-se da escolha entre várias hipóteses de imagens recolhidas para a mesma cena, aquela que transmite melhor a intencionalidade estética do realizador.
A montagem é uma tarefa que com alguma criatividade do editor de imagem permite, com o auxílio da moderna tecnologia ao nível da edição de imagem, ultrapassar falhas registadas durante as filmagens, como por exemplo uma fraca iluminação ou até mesmo uma cena onde o desempenho dos actores não tenha sido a desejada pelo realizador.
É através da montagem que se vai criando a narrativa. Podemos, como vimos, juntar planos formando sequências, inserir planos em sequências, aproveitar som directo dessas sequências juntar comentários, música, ruídos, silêncio.

As montagens têm varias funções como:

1. As funções narrativas Decidem-se segundo relações de causalidade/temporalidade. A ordem de sucessão é o elemento primordial.

2. As funções sintácticas:
Ligação - consiste na continuidade de representação.
Alternância - através da montagem alternada, duas acções uma a seguir à outra, podem parecer uma só.

3. As funções semânticas:
a denotação ligada aos aspectos da causalidade, paralelismo, comparação...
a conotação - ligada à montagem narrativa (espácio-temporal)

4. As funções rítmicas:
Pode ser estabelecida, de algum modo, uma relação proporcional entre ritmo e sucessão de planos. Torna-se necessário criar uma convergência entre atenção do espectador e movimento das imagens.
Um plano provoca uma atenção diferente no início e no fim. Primeiro é reconhecido e situado; em seguida existe um nível de atenção máximo, em que é captado o seu significado; por fim a atenção diminui. Se o plano permanece pode provocar impaciência ou incómodo. Aí deve ser substituído por outro plano.
Sucessões de planos muito curtos podem traduzir uma subida de intensidade em direcção a um clímax. Se em contrapartida eles forem cada vez mais longos podem contribuir para a calma, o relaxe, a tranquilidade.

5. As funções expressivas:
Com a montagem alternada, por exemplo, podemos sugerir sentimentos ou emoções diferentes numa mesma personagem. Imaginemos que intercalamos com planos dessa personagem, outros planos com motivos diversos (que a personagem observa).
Classificação das montagens
Os criterios da avaliaçao são:

  • EspecialmenteRecomendado - Obras, diversões e espectáculos com conteúdos “positivos” que sãodirigidos principalmente para crianças e adolescentes.
  • Livre paratodos os públicos - Quando não contém inadequações ligadas a sexo, drogas ou violência.
  • Nãorecomendado para menores de 10 anos – Quando contém de 5% a 10% de violência no conteúdo analisado, embora sem relevância para a compreensão da trama; linguagem obscena; insinuação de consumo de drogas; e/ou “linguagem depreciativa” (em relação a terceiros).
  • Não recomendado para menores de 12 anos – De 10% a 30% de violência no material analisado, inclusive presença de sangue e sofrimento da vítima; até 10% de nudez, mas sem nu frontal ou insinuação de sexo e masturbação; consumo de drogas lícitas ou ilícitas, mas com cena minimizada por fundo musical; linguagem chula e gestos obscenos.
  • Nãorecomendado para menores de 14 anos – De 30% a 50% de violência, com recompensa para o agressor, vítimas em estado de agonia e apresentação de atos de violência de forma divertida; 10% a 30% de cenas de nudez, sem nus frontais, mas com seios e nádegas; 10% a 30% de conteúdo envolvendo drogas apresentadascomo objeto de prazer, sem punição do traficante; linguagem erótica; valorização da beleza física como imprescindível para uma vida feliz.
  • Não recomendadopara menores de 16 anos – De 50% a 70% de violência, sobretudo do tipo tortura, estupro, mutilação, abuso sexual e suicídio; violência contra adolescentes e crianças; banalização da violência; 30% a 50% de nudez completa; sexo sem penetração; 30% a 50% de conteúdo envolvendo drogas, com consumo explícito, inclusive cenas com crianças e adolescentes.
  • Não recomendado para menores de 18 anos – De 70% a 100% de violência com requinte de crueldade; 50% a 100% de nudez, com sexo explícito, incesto e grupal; estupro apresentado como consequência da paixão, não como crime; 50% a 100% de conteúdo envolvendo drogas; consumo explícito e apologia ao consumo de drogas.

A Mobilidade

Campo visual


O campo visual é tudo o que o nosso olhar consegue captar.
No enquadramento - é o que se chama de realidade profílmica: aquilo que se encontra abarcado pela objetiva da câmera, ou seja, visto pelo expectadorDentro do campo visual, o movimento que se faz de duas maneiras:

1. A panorâmica, com rotação da câmera, em torno de seu eixo, que pode ser horizontal, vertical ou circular;


2. O traveling é um tipo de plano cinematográfico em que a câmara move-se sobre um carrinho em um eixo horizontal e paralelo ao movimento do objecto filmado. Este acompanhamento pode ser lateral ou frontal, neste último caso podendo ser de aproximação ou de afastamento. Há todos os tipos de traveling como por exemplo o lateral, o vertical, o circular, etc.





O campo sonoro

O campo sonoro proporciona um nível de envolvência superior ao campo visual isto deve-se às nossas características de perceptivas. O nosso ângulo de visão é limitado a um ângulo com um máximo de 180 graus. Por outro lado, a nossa amplitude auditiva possibilita-nos a captação de sons a 360 graus.

Os campos sonoros podem ser:

  • Campo livre - campo sonoro numa área afastada de superfícies reflectoras.
  • Campo reverberante - porção do campo sonoro num recinto de ensaio em que a influência do som emitido por uma fonte é desprezável.
  • Campo semi-reverberante - campo sonoro que prevalece num recinto amplo com superfícies moderadamente reflectoras.
  • Campo divergente - campo sonoro de uma fonte omnidireccional que está situada próximo de uma superfície reflectora rígida (geralmente, o solo).

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A estrutura de um filme

Num filme podemos encontrar vários tipos de palavra que para o ouvinte comum pode não ser estendível. Por isso começamos por fazer uma introdução ao que iremos desenvolver que é planos e sequências. Começamos agora por enumerar algumas palavras que podem esclarecer algumas mentes mais curiosas:

Cena: é uma unidade de tempo e de espaço em que se desenrola uma parte do filme. É menor que a sequência. Ao contrário do que ocorre nesta, não há elipses dentro de uma cena. Pode-se entender a cena também como a menor unidade fílmica com significado completo.


Corte: pode ser encarado de duas formas. No plano cinematográfico, é literalmente o corte da película ou a interrupção do registo pela câmara. No plano fílmico, acontece um corte, quando há descontinuidade da imagem mostrada na tela, correspondendo a uma mudança de planos, possivelmente com enquadramento e ângulos diferentes. O trabalho de montagem de um filme consiste em recortar as gravações e colar, em seguida, as partes seleccionadas, em uma ordem determinada, dando ao filme sua versão definitiva.



Enquadramento: é a acção de seleccionar determinada porção do cenário para figurar na tela. Assim, a depender do enquadramento, uma paisagem pode aparecer com mais céu, mais árvores, mais água. Uma pessoa pode aparecer inteira na tela, ou pode-se optar por mostrar apenas seu rosto.

Fotograma: é cada uma das imagens fotográficas estáticas captadas pelo equipamento de filmagem, as quais, projectadas em uma certa velocidade, produzem a ilusão de movimento aos olhos humanos. Para que haja o efeito de movimento, é necessário que as imagens sejam capturadas e, depois, exibidas à velocidade de 24 fotogramas por segundo. Isso acontece, porque nosso olho não é capaz de ver o que se passa dentro de um intervalo menor que a vigésima quarta parte de um segundo.

Fade-in: é a gradativa aparição da imagem, a partir da tela escura, em oposição ao fade-out.
Fade-out: é o gradativo escurecimento da imagem, até o preto total, em oposição ao fade-in. Esses recursos, usados juntos ou isolados, servem a diversos fins. Por exemplo, o par fade-out – fade-in é muito utilizado, especialmente nos filmes estado-unidenses clássicos, para demarcar a passagem de uma sequência a outra.

Fusão: consiste na passagem gradativa, com sobreposição, de uma imagem para outra. Assemelha-se ao fade-in e ao fade-out, mas estes mudam de uma imagem para o escuro ou vice-versa, enquanto a fusão ocorre entre duas imagens. Por exemplo, ao sobrepor a imagem de um homem à estátua de um leão, fazendo uso da fusão, pode-se sugerir uma característica do personagem, a depender do contexto: forte, bravo, violento, poderoso etc.

Campo: compreende tudo o que está presente na imagem: cenários, personagens, acessórios.

Extra-campo: remete ao que, embora perfeitamente presente não se vê. É o que não se encontra presente na tela mas que complementa aquilo que vemos. Designa o que existe algures, ao lado ou em volta do que está enquadrado.



O Plano
O plano no cinema é uma parte do filme aonde a câmara vai girando continuamente. É um conjunto ordenado de fotogramas ou imagens fixas, limitado espacialmente por um enquadramento que pode ser fixo ou móvel consoante a adaptação da situação.

Uma definição útil é de que plano é o intervalo que há entre dois cortes


O plano no filme
No filme finalizado, o plano não será mais um excerto inteiro de filme rodado, mas apenas o excerto seleccionado pelo
montador, eventualmente modificado pelo processo de pós-produção. O plano é então percebido como um excerto de filme situado entre dois cortes ou mais. No filme que já esta pronto o plano deixa de ser um conjunto de tentativas executadas de filmagens ou até mesmo montagens, para uma única escolha, montada em sequências com os muito planos do filme. No filme pronto, a tomada deixa de existir, ou então torna-se sinónimo de plano.


Existem vários tipos de planos como por exemplo:


  • plano geral ou de conjunto:onde os actores aparecem de corpo inteiro, a uma certa distância.





  • plano médio: mostra os atores de corpo inteiro, porém mais próximos e alguns detalhes do cenário.




  • Plano americano: é um posicionamento de câmara muito utilizado no cinema e vídeo. Enquadra a personagem dos joelhos para cima. Facilita a visualização da movimentação e reconhecimento das personagens. É chamado assim porque foram os norte-americanos que disseminaram este estilo de plano em seus filmes de faro este, onde a câmara deveria mostrar a expressão do actor e também a arma que ele carregava na cintura.





  • primeiro plano: mostra uma pessoa do tronco à cabeça.





  • Grande primeiro plano, destaca o rosto do ator, muito utilizado em novelas




  • Pormenor ou detalhe: mostra partes do corpo, como as mãos, os dedos, etc; inserção, destaca coisas ou objectos: copo, chamada de jornal, jarro com flores.



  • Close: É o plano enquadrado de uma maneira muito próxima do assunto. A figura humana é enquadrada do ombro para cima, mostrando apenas o rosto do/a actor/actriz. Com isso, o cenário é praticamente eliminado e as expressões tornam-se mais nítidas para o/a espectador/a. Corresponde a uma invasão no plano da consciência, a uma tensão mental considerável, a um modo de pensamento obsessivo.


A duração do plano pode ser executada de 2 formas;



  1. plano relâmpago: dura poucos segundos, correspondendo quase a um piscar de olhos, ou seja, cerca de 1 segundo.

  2. plano-sequência: é bastante longo, que a sua duração corresponde a uma sequência inteira do filme..